Os Movimentos Culturais da Cidade de São Paulo se unem em apoio à candidatura de Guilherme Boulos e Marta Suplicy (50) para a Prefeitura de São Paulo e aos seguintes candidatos a vereança:Camarada Janderson (21000), Dheison (13110), Elaine Mineiro do Quilombo Periférico (50020), Erick Ovelha (50660), Ingrid Soares (18444), Jair Tatto (13114), Luana Alves (50500), Luna Zarattini (13131), Mari Felix (50011), Nabil Bonduk (13633), Salete Campari (13124), Silvia da Bancada Feminista (50900), Toninho Vespoli (50650), Vanilda Anunciação (13333).
Este posicionamento dos movimentos culturais é uma defesa da democracia e uma resposta às ameaças golpistas e ao uso escuso da máquina pública que a atual gestão representa. A cultura tem sido uma das principais barreiras contra o avanço da extrema direita e, diante disso, é crucial que o executivo municipal e a Câmara de Vereadores sejam ocupados por atores progressistas que defendam os interesses não só dos trabalhadores da cultura, mas também de toda a população, garantindo direitos básicos e cidadania.
Nosso apoio, no entanto, não é indiscriminado. Exigimos que as candidaturas apoiadas assumam um compromisso firme com a classe cultural da cidade, honrando a confiança que depositamos em suas propostas e garantindo a implementação de reivindicações históricas, tais como:
- O aumento para 3% do orçamento municipal para a cultura, com metade desse valor destinado às periferias.
- A urgente reestruturação da Secretaria Municipal de Cultura, com a abertura de concursos públicos e a criação de uma carreira de Gestor Cultural no quadro de servidores públicos.
- A implementação do SUS da Cultura no município, por meio da criação e implementação, com regulamentação, equipe e recursos, de um Sistema Municipal de Cultura, de um Fundo Municipal de Cultura e de um Conselho Cultural Deliberativo.
- A não privatização e não terceirização dos espaços e equipamentos de cultura.
- O retorno da Subcomissão de Cultura dentro da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo.
- A execução integral do orçamento destinado à Cultura, conforme previsto no PLOA e no PPA, sem congelamentos das rubricas de todas as ações fim a que são destinadas.
- Compromisso com a realização de uma conferência municipal de cultura no final do ano de 2025 para a construção do novo Plano Municipal de Cultura da Cidade de SP.
Os Movimentos Culturais da Cidade de São Paulo têm muitos motivos para lutar pela efetivação das políticas culturais e sociais no município, que é moderno para a elite, mas uma ópera de miséria para os trabalhadores e trabalhadoras. A pandemia de COVID-19, que começou em 2020 e suas consequências ainda perduram, ampliou o fosso social no setor cultural e precarizou ainda mais a vida de quem vive da arte e da cultura.
Nossos motivos de luta são plurais e diversos: somos pretos, LGBTQIA+, mulheres, migrantes, imigrantes, artistas em situação de rua, técnicos, pessoas com deficiência, artistas de teatro ,dança, circo, música, cinema, artes visuais, hip-hopers, poetas, músicos de forró, reggae e rock, povos originários, crianças, adolescentes, mães solo, corpos gordos, praticantes de religiões de matriz africana, idosos, mestres e mestras de culturas populares tradicionais. Somos tudo aquilo em que há vida e consciência, e não uma mercadoria de centros culturais bancários ou de grandes corporações.
A estrutura da política cultural da cidade tem, historicamente, retirado recursos dos territórios e das periferias, deixando apenas migalhas para os fazedores de cultura das quebradas. Enquanto isso, o orçamento cultural é direcionado para áreas mais privilegiadas da cidade, para realização de grandes eventos e para empreendimentos da “Indústria Criativa”.
Na cidade mais rica do país, onde a arrecadação de impostos só cresce para a classe trabalhadora, é imperativo que o poder público cumpra o Sistema de Cultura, revertendo o desmonte das políticas públicas culturais. Em cultura se investe, se promove a participação popular, mas o que vemos hoje é o contrário. E isso nós não podemos permitir.
Manifestamos nossa indignação, que nos movimenta e nos une, porque sabemos o que queremos para a cidade: uma São Paulo onde moradores, fazedores de arte, cultura e educação possam viver e criar com dignidade. Estamos em movimento e em luta permanente.
Apoiamos Guilherme Boulos, Marta Suplicy e as candidaturas a vereança que aqui apresentamos, acreditando que são as melhores opções para garantir que a cultura e a cidadania sejam prioritárias na gestão municipal. A luta pela cultura é a luta por uma cidade mais justa, inclusiva e democrática.
Movimentos Culturais da Cidade de São Paulo
Compõe o MCCSP atualmente: Aliança Pró Circo; Articula CRD; Associação Cultural do Rock; Cooperativa Paulista de Dança; Centro Acadêmico Célia Helena; Coletivo dos Oficineiros da Cidade de São Paulo; Cooperativa Paulista de Teatro; Fórum do Forró de Raiz SP; Fórum do Hip Hop MSP; Fórum do Reggae; Fórum dos Pontos de Cultura da
Capital; Grupo de Ações Afirmativas em Cultura, Educação e Desenvolvimento Social; GT Capoeira; Movimento de Teatro para Infância e Juventude; Movimento SOS Técnica SP; Movimento SP Cidade da Música; Sated-SP - Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos e Diversões do Estado de São Paulo; NAP - Núcleo de Articulação Preta pela
Cultura; Sindicato dos Profissionais da Dança do Estado de São Paulo; SP Forró; SP Indígena; Coletivo Articula JMC; entre outros movimentos, entidades, fóruns e coletivos agregados que colaboram eventualmente com a construção
das diversas lutas na cidade de São Paulo.
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